“Não
fostes vós que me escolhestes Amim; pelo contrario, eu vos escolhi a vós
outros, e vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça;
a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda”. João
15.16
Nos versículos iniciais deste
capítulo, Jesus deixa bem claro a condição para o crescimento e a geração de
frutos: “... estar nele...” De outra forma, a conseqüência será: ser “cortado e
lançado fora”.
Uma introdução bem dura para quem
desejava falar da importância do amor e do cuidado um pelo outro. Mas era
necessária tal palavra, afinal Ele estava preparando os seus seguidores para
uma caminhada desafiadora e que precisariam “andar com suas próprias pernas”.
O “Ide” de Jesus continua soando em
nossos ouvidos e junto ao “ide” o plantar e o cuidar. Veremos estes três
pilares e com eles trabalharemos com o propósito de fazer com que os frutos
alcançados até aqui, permaneçam!
O Ir, o Plantar e o Cuidar.
O Ir, o Plantar e o Cuidar.
O
Ir
No capítulo 4. 34-38 João relata uma
palavra tremenda sobre o Ide de Jesus para os seus discípulos:
“Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele
que me enviou, e realizar a sua obra. Não dizeis vós que ainda há quatro meses
até à ceifa? Eu porem, vos digo: Erguei os vossos olhos e vede os campos, pois
já branquejam para a ceifa. O ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura
o seu fruto para vida eterna; e, dessarte se alegram, tanto o semeador como o
ceifeiro. Pois no caso é verdadeiro o ditado: Um é o semeador, e o outro é o
ceifeiro. Eu vos enviei para ceifar o que não semeastes; outros trabalharam, e
vós entrastes no seu trabalho”.
É interessante como Jesus destaca,
no último versículo que ele enviava os discípulos para ceifar o que não haviam
semeado!
Se observarmos, estamos no começo
das narrativas de Jesus e, certamente, alguma resistência tenha tido para que
tal discurso fosse anunciado. Talvez os discípulos tenham reclamado da tarefa
que lhes estava sendo proposta e então, Jesus os adverte com tal palavra. “O
campo de trabalho já está pronto, colham os resultados!”
No relato da grande comissão, vimos
uma palavra de autoridade ministrada aos, já preparados, discípulos do Mestre
Jesus: “Ide, portanto, e fazei discípulos...” Mateus. 28:19a.
Duas situações que nos levam a
refletir em que posição estamos: daqueles que encontram o campo pronto para a
ceifa e ainda assim questionam e daqueles que são enviados para fazer. Em qual
dela nos encontramos?
Temos aceitado o desafio de ir
buscar o que está caído ou esperamos que ele caia na porta de nossa igreja?
Temos desejado alimentar o faminto ou esperamos que ele bata em nossa porta já
sem forças? Temos anunciado a palavra de Deus ou estamos esperando sentados em
nossas igrejas para que se encham de “fiéis” enquanto pecadores morrem sem
salvação, sem conhecer ao Senhor?
O Ide de Jesus não é uma escolha, é
um mandamento.
O
plantar
Temos nós nos preocupado com o que
estamos plantando?
Se fomos separados para anunciar o
reino de Deus, precisamos estar atentos em como o estamos fazendo.
Infelizmente, muitos estão lançando
sementes ruins no meio da terra boa e isto tem confundido os eleitos de Deus.
Devemos tomar cuidado com tais sementes, com as palavras que, ao invés de fazer
crescer o reino de Deus e os seus frutos, estão denegrindo totalmente o Seu
nome.
Mesmo alguns discípulos acabam
torcendo e distorcendo a mensagem que é proposta por Deus e acabam se tornando
verdadeiros inimigos que lançam joio no meio do trigo.
Em Mateus vemos o clássico texto
desta narrativa: Mateus. 13.24-30, 36-43
Quando o plantio não é bem
realizado, temos as instruções para o tratamento. V. 24-30.
Precisamos preservar o que já está
enraizado e não sairmos feitos loucos, desesperados pelo que de ruim foi feito.
Nós pastores, precisamos cuidar dos
púlpitos a fim de não deixarmos qualquer um lançar sementes contrárias à
Palavra de Deus, e os fiéis do Senhor precisam ter discernimento daquilo que
ouvem.
Será que tudo o que se ouve dos púlpitos
de nossas igrejas é Palavra verdadeira de Deus ou os mesmos têm sido usados de
forma indigna e absurdamente pecaminosa?
O plantio correto é que fará com que
novos frutos cresçam e gerem a 30, a 60, a 100 por um.
O
cuidar
A oração sacerdotal de Cristo é um
modelo para todo discipulador, aquele que cuida,
que se preocupa com os que aprenderam com ele e através dele, as verdades do
reino. Leiamos João 17.
Após o envio e o plantio, há o
cuidado que se faz necessário, mesmo para os que já são experientes, que já estão
prontos para continuar lançando as sementes.
Nos versos 1 ao 5, Jesus apresenta
um breve resumo do seu ministério e pede, como em poucos momentos em que esteve
como homem, a sua “glorificação” como antes tinha junto de Deus o Pai. Detalhe:
Ele está sozinho, orando no seu íntimo e por isto se sente na liberdade de usar
tais palavras. O que cuida não deseja a glória para si, ele se alegra em ver o
crescimento dos seus discípulos.
O que cuida tem em si a responsabilidade
e o reconhecimento de que tudo o que fez foi devida a permissão de Deus.
Conforme v. 6:
“Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu
mos confiastes, e eles têm guardado a tua palavra”.
A certeza do trabalho bem realizado
deve acompanhar àqueles que são escolhidos e enviados por Deus e acompanhado a
isto, o trabalho de intercessão pelos que foram discipulados e agora geram
discípulos. V. 7-13
“Agora eles reconhecem que todas as cousas que me tens dado, provêm de
ti; porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as
receberam e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me
enviaste. É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me
deste, porque são teus; ora, todas as minhas cousas são tuas e as tuas cousas
são minhas; e neles sou glorificado. Já não estou no mundo, mas eles continuam,
ao passo que vou para junto de ti. Pai santo guarda-os em teu nome, que me
deste, para que eles sejam um, assim como nós. Quando eu estava com eles,
guardava-os em teu nome que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu,
exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. Mas agora vou
para junto de ti, e isto falo no mundo para que eles tenham o meu gozo completo
em si mesmos”.
Na continuação desta oração, há o
pedido por santificação e uma “extensão intercessória” isto é, por aqueles que
“viriam a crer em Jesus por intermédio da sua palavra, da palavra dos
discípulos”. V. 14-20
Por fim, o cuidado para que “todos
sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós”.
V.21
É incrível o que nos diz o Senhor e
como Ele deseja que estejamos: Um com o meu irmão e com o Pai!
Conclusão
Neste momento em que vivemos tempos
de preocupação com o anunciar o Reino de
Deus precisamos nos colocar na
posição de escolhidos de Deus a fim de cumprir o Seu Ide. Como falamos no
começo, o Ide não é uma escolha, é um mandamento e como tal, precisamos
cumpri-lo.
O plantio da semente correta e o
cuidado com os que estão sendo preparados devem fazer parte do nosso
planejamento a fim de que seja possível crescer e assim, novas sementes gerarem
novos frutos que gerarão novas sementes. Para que o fruto permaneça! Para que
possamos PERMANECER IGREJA!
Pr. Vagner Freire
Leia também: Ser Igreja , Estar Igreja e ser abençoado (a) por essa sequencia de estudos maravilhosa e edificante!
Graça e paz em Cristo Jesus!
Mario Henriques
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"Que sejam agradáveis as palavras da minha boca..." Sal.19.14